O Auto da Compadecida 2 crítica

Crítica | O Auto da Compadecida 2: Uma nova aventura entre risos e trapaças

Se prepare, porque João Grilo e Chicó estão de volta! E como sempre, prometem fazer muita confusão, contar histórias mirabolantes e, quem sabe, até enrolar o próprio diabo de novo – tudo com a bênção de Nossa Senhora, claro.

O Auto da Compadecida 2 chega para nos lembrar que, no sertão, o impossível é só questão de criatividade (e um pouco de malandragem). Mas será que essa sequência conseguiu manter a graça e a esperteza do original ou acabou tropeçando no meio do caminho, feito Chicó fugindo de mais um casamento? Vamos descobrir, sem medo, porque, como diria João Grilo: ‘No final, tudo dá certo… e se não deu, a gente dá um jeito!

O Auto da Compadecida 2

O filme “O Auto da Compadecida 2”, sequência do icônico longa brasileiro baseado na obra de Ariano Suassuna, é uma tentativa ambiciosa de reviver o sucesso e a essência do original, ao mesmo tempo que busca explorar novas dimensões dos personagens e de seu universo.

Pontos Positivos de O Auto da Compadecida 2


O filme consegue preservar a estética regional e o tom cômico do original. A ambientação nordestina continua rica em detalhes, com cenários que capturam a beleza e as dificuldades do sertão. A linguagem e o humor continuam a ser um ponto forte, sendo uma marca registrada da obra de Suassuna.
A volta de João Grilo e Chicó, continua a ser o coração do filme. A química entre os personagens mantém a dinâmica envolvente e divertida.

Assim como o primeiro filme, a sequência utiliza o humor para criticar questões sociais, como a corrupção, a hipocrisia religiosa e as desigualdades. Essa abordagem continua a dar profundidade à narrativa, oferecendo momentos de reflexão em meio ao entretenimento.

O roteiro tenta aprofundar a mitologia criada no primeiro filme, trazendo novos personagens e desafios para os protagonistas, o que pode ser interessante para fãs que queriam ver mais desse mundo.

Pontos Negativos de O Auto da Compadecida 2

Um dos grandes desafios de uma sequência é inovar sem perder a essência do original. Em alguns momentos, o filme parece repetir fórmulas, piadas e situações já vistas no primeiro, o que pode dar uma sensação de déjà vu.
No primeiro filme, momentos como o julgamento no céu e a aparição de Nossa Senhora foram impactantes e memoráveis. Em “Auto da Compadecida 2”, as cenas dramáticas podem não atingir o mesmo nível de intensidade, ficando aquém das expectativas.

Embora novos personagens sejam introduzidos, alguns deles podem ser pouco explorados ou se tornarem apenas caricaturas, sem o mesmo carisma e profundidade do elenco original.

Enquanto o primeiro filme tinha um equilíbrio quase perfeito entre comédia, drama e crítica social, a sequência pode sofrer com um ritmo mais arrastado ou com transições abruptas entre cenas, prejudicando a experiência do espectador.

Referências ao Primeiro Filme

João Grilo e Chicó continuam a ser o foco da história, com suas características intactas: a esperteza do primeiro e a covardia (e as histórias exageradas) do segundo. Há também menções a eventos do primeiro filme, o que agrada os fãs mais nostálgicos.

A presença de elementos religiosos, como figuras divinas e a ideia de justiça celestial, permanece. No entanto, sem o mesmo frescor e impacto emocional que marcou o julgamento no céu do primeiro filme.

O esquema de “enganação” de João Grilo, que sempre encontra formas criativas de sair de situações complicadas, é novamente utilizado, mas com menos impacto.

O Auto da Compadecida 2

“Auto da Compadecida 2” é um filme que busca resgatar a magia do original, mas enfrenta o desafio de superar ou igualar uma obra que se tornou um marco na cultura brasileira. Ele tem seus méritos, especialmente na manutenção do humor e da crítica social, mas também peca por não trazer inovações significativas ou momentos tão memoráveis quanto os do primeiro longa.

Para os fãs da primeira obra, é uma experiência nostálgica e divertida, mas talvez não tão marcante. Para novos espectadores, pode ser uma introdução agradável ao universo de Suassuna, mas sem o impacto transformador que o original teve.

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